A digitalização do mercado imobiliário já não é uma promessa futura  é um divisor de águas. As empresas que não acompanharem a velocidade dessa transformação correm o risco de se tornarem irrelevantes nos próximos anos

Durante muito tempo, o debate sobre tecnologia no setor foi limitado a ferramentas básicas, como contratos digitais, visitas virtuais e atendimento via WhatsApp. Esses recursos, que há poucos anos pareciam revolucionários, hoje representam apenas o patamar mínimo de operação. O verdadeiro salto tecnológico está em outro ponto: a inteligência de dados aplicada à originação de oportunidades.

Segundo análise publicada no InfoMoney por Marcelo Hannud, o novo estágio da transformação digital se concentra na capacidade de usar dados para antecipar movimentos do mercado identificando potenciais de valorização, novas zonas de desenvolvimento e ativos antes mesmo de chegarem ao radar público.

Essa tendência já começa a redesenhar a forma de atuação de incorporadoras, fundos e consultorias especializadas. Ferramentas que combinam mapeamento inteligente de zonas em transformação, análise preditiva de retorno por uso do solo e leitura comportamental de agrupamentos urbanos estão tornando possível algo inédito: compreender o valor de um ativo antes de ele existir fisicamente.

O impacto dessa mudança é profundo. De um lado, amplia-se o acesso à informação e a precisão nas decisões de investimento; de outro, surge a necessidade de profissionais com visão estratégica para interpretar os dados e traduzi-los em negócios concretos.

“Nenhuma tecnologia substitui o olhar humano. O papel da inteligência é ampliar nossa capacidade de análise e transformar dados em visão de futuro”, explica Luanderson Novaes, CEO da All Brokers.

Nos próximos anos, a competitividade das empresas imobiliárias dependerá menos da presença digital e mais da capacidade de conectar tecnologia e sensibilidade de mercado. Aquelas que permaneceram restritas a portais de anúncios e comunicação reativa estarão fora do jogo em menos de cinco anos.

O futuro do mercado imobiliário será determinado por quem souber antecipar oportunidades, e não apenas reagir a elas.